REVIVER A JMJLISBOA 2023: TESTEMUNHO DE UM JOVEM UNIVERSITÁRIO 4

A minha vivência da Jornada Mundial da Juventude começou muito antes de chegar a Lisboa. Começou com as palavras do Pe. Eduardo Duque, diretor da Pastoral Universitária, quando nos dizia que a JMJ2023 iria ser uma oportunidade para a renovação da nossa vivência da fé e com a expectativa de que este seria um momento único nas nossas vidas.

Já tinha visitado Lisboa em outras ocasiões, mas a Lisboa que vivi durante aquela semana das jornadas não era a mesma, não a consegui reconhecer, pois a minha perspetiva era agora a de uma peregrina. Ver a cidade despida de toda a sua quotidianidade urbana, sem carros, com estradas e ruas convertidas numa grande zona pedonal onde milhares se concentravam a toda a hora, em todos os seus cantos, fez-me sentir que estava num qualquer grande cenário de um qualquer grande filme de uma grande produção. A sensação foi de estar como que numa bolha com um milhão de pessoas isoladas do mundo a viver algo de místico, que passadas algumas semanas ainda não consegui desmistificar.

Durante essa semana, vivi uma Igreja jovem, que parecia ter voltado aos seus tempos mais primitivos, mas no bom sentido, vestida também ela de peregrina e com vontade de fazer caminho juntamente com os jovens que tanto lhe pedem mais proximidade, diálogo e abertura. A vivência da JMJ permitiu- -me experimentar uma realidade da Igreja que não tinha experimentado de forma tão intensa: vivi uma igreja devota, embora não beata; uma igreja jovem, embora não imatura; uma igreja heterogénea e diversificada nos seus crentes, embora a caminhar na mesma direção. Esta é a Igreja em que acredito e à qual quero pertencer, onde, citando as palavras do Santo Padre, cabem “Todos, Todos, Todos”.

Agora, já de regresso a casa, e no rescaldo destas jornadas, pude perceber que de facto as jornadas não foram só vividas pelos peregrinos que rumaram até Lisboa, mas por toda a gente, de todas as partes do nosso país, que as acompanhou pela televisão, redes sociais ou pela rádio, que ficou impressionada e sensibilizada com a moldura humana que se juntou em Lisboa e tocada pelas palavras do Papa Francisco que tanto apelou à fraternidade e abertura da Igreja de Jesus a Todos.

Compreendi que, tão importante como ir às jornadas, é o voltar das jornadas, é o saber como preservar e perpetuar nas nossas vidas o que lá vivemos e aprendemos ao longo de uma semana, impedindo, assim, que tudo se esbata no meio de tantas outras experiências que fomos tendo ao longo deste verão. Trago ainda comigo as palavras sábias do Papa Francisco e a sua juvenilidade, na expectativa de poder levar aos outros a sua confiança e esperança na humanidade.

Raquel Madureira, Engenharia Física, UMinho

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