Pastoral Universitária de Braga acompanha idosos com a colaboração da PSP de Braga
A Pastoral Universitário de Braga procura transmitir aos jovens o sentido de responsabilidade pela comunidade alargada, pela verdadeira família cristã que precisa de todos para se dignificar e tornar mais justa e humana.
A Pastoral Universitária da Arquidiocese de Braga iniciou um projeto de proximidade entre alunos universitários e idosos do concelho, numa parceria com o Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Braga.
Desencadeado pelo contexto pandémico atual, o “Mais Proximidade” pretende promover e pôr em prática a “cultura do cuidado”, respondendo, assim, ao desafio lançado pelo Arcebispo de Braga na sua mensagem para a Quaresma, disse a Equipa Coordenadora daquele organismo.
Numa altura em que se vivem «momentos difíceis e desafiantes na sociedade» e sendo os idosos os que «estão a pagar o preço mais alto nesta pandemia», a Pastoral Universitária decidiu por «mãos à obra» envolvendo jovens universitários neste «processo de humanização da relação e assistência aos idosos».
Salientando que «não se pode culpar a pandemia pela «impaciência, indiferença e desrespeito que, este tempo, tem deixado evidenciar na sociedade em relação aos velhos», a Pastoral Universitária de Braga propõe-se com o “Mais Proximidade” auxiliar na «gestão da ansiedade e estado emocional» dos idosos, através de um «acompanhamento próximo e amigo», de modo a contribuir para o «combate ao isolamento físico e social».
«Estamos certos de que fomos surpreendidos por uma tempestade, que veio agravar uma situação já por si delicada e complexa, mas não devemos fechar os olhos ou baixar os braços», assinala a Equipa Coordenadora.
O projeto avançou, nesta fase inicial, com 10 idosos e 10 universitários que já estão no terreno, numa ação concertada com a PSP.
«Todo o processo decorre em estreita colaboração com a PSP de Braga, que, no seguimento da sua meritosa missão junto desta comunidade, sinaliza os casos mais prementes e com necessidades de acompanhamento», explica o organismo da Arquidiocese de Braga, acrescentando que nesta primeira fase é o agente responsável pelo acompanhamento de proximidade da Polícia que proporciona o encontro presencial entre o jovem estudante e o idoso.
A Pastoral Universitária considera este contacto «um gesto crucial para derrubar barreiras de insegurança e medo», na medida em que promove um «primeiro contacto visual que permite definir identidades e conferir um rosto à relação intergeracional».
A partir deste procedimento, a relação entre jovem e idoso estabelece-se através de contacto telefónico e da criação de uma «relação de proximidade ao ritmo e ao estilo de ambos, num processo de conhecimento, de crescimento e de respeito pela herança que os idosos trazem a cada jovem», explica.
Impressões iniciais «muito positivas»
Segundo a Equipa Coordenadora da Pastoral Universitária, as primeira impressões em relação a este projeto «são muito positivas», deixando transparecer a «vontade dos jovens em fazer parte deste processo humanizador da geração mais velha».
«Esta iniciativa revela que os jovens universitários, quando convidados e envolvidos, estão disponíveis para conjugar a Palavra que rezam com os problemas reais da vida com que se querem comprometer. Os jovens sentem que têm a obrigação de agir e responder aos desafios que lhes são lançados e dizem que querem interceder por aqueles que clamam pela sua presença», refere.
O Arcebispo de Braga também já se pronunciou sobre este projeto da Pastoral Universitária. Na Eucaristia do passado domingo, na Sé, abordando o sofrimento causado pelo isolamento, descreveu o “Mais Proximidade” como «uma espécie de adoção do jovem a um idoso, como um filho que adota um pai».
Recorde-se que o prelado sempre manifestou especial atenção pela comunidade idosa, alertando para a sua vulnerabilidade e necessidade de lhes proporcionar qualidade de vida, estejam em lares ou no ambiente familiar.
Ainda em dezembro passado, no Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, na homilia em honra da Imaculada Conceição, D. Jorge Ortiga desafiou os jovens a irem ao encontro de quem está sozinho, a olhar pelos mais desprotegidos e a não deixar ninguém para trás.
Este cuidado para com os mais velhos está plasmado também em outras homilias, mensagens quaresmais e natalícias, assim como no apadrinhamento de projetos dedicados aos idosos ancorados nos valores fundamentais da Igreja.
O projeto "Mais Proximidade" inspira-se na frase bíblica "Não me rejeites no tempo da velhice; não me abandones, quando já não tiver forças" (Sl 71/70, 9).
Na tradição da Igreja Católica, o idoso sempre foi, e sempre será, motivo de preocupação e deferência, num esforço por promover uma contínua cultura de proximidade entre as gerações, apoiada nos ensinamentos bíblicos, que nos apresenta a longevidade como uma bênção de Deus.
In Diário do Minho


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