UM DESAFIO AUDAZ PARA OS JOVENS UNIVERSITÁRIOS EM TEMPOS DE PANDEMIA: SAIR DO “EU” E LUTAR MAIS PELO “NÓS”

 

O ano académico que recentemente começou tem tanto de encantador, como de assustador. O regresso que tanto ansiamos é o regresso que todos receamos.

Encanta-nos o facto de revermos os sítios, os caminhos, os rostos que, repentinamente, deixaram de fazer parte do nosso dia a dia. Encanta-nos e move-nos a ânsia de recuperar o tempo perdido, de fazer acontecer os momentos que nos foram “roubados” do dia para a noite. Encanta-nos a possibilidade de podermos finalizar ciclos, alcançar metas ou concretizar projetos que tiveram, forçosamente, de ficar guardados na gaveta dos sonhos… e não na gaveta da realidade.

No entanto, assusta-nos o facto de não sabermos como tudo isso vai acontecer. Por isso mesmo, será um ano repleto de desafios para cada um de nós, jovens universitários. Não só para os que vão continuar os seus estudos académicos, mas também para os que agora iniciam um novo percurso na sua vida, com a entrada na universidade.

Estes anos são, sem dúvida, uma viagem e só nos resta continuar a aproveitá-la, sem hesitações! Será um ano especialmente exigente que pede que cada um seja capaz de ser corajoso e de se reinventar. Não podemos deixar que o medo nos paralise ou nos faça cair na tentação de nos voltarmos para nós próprios, para dentro. Por outro lado, não nos podemos deixar cair nos mesmos erros que nos orientavam as decisões da vida. Esta paragem fez-nos perceber o quão automática e mecanicamente íamos enfrentando as tarefas do dia a dia, por isso, não devemos deixar que a vida volte a ser alucinante ao acelerarmos o ritmo, como antes. É tempo de colocar humanidade em tudo o que fazemos: em casa, no trabalho, nos estudos, nas relações humanas, nos mais diversos projetos que se colocarem no nosso caminho.

O mundo que nos rodeia precisa, cada vez mais, que nós, jovens, não desanimemos e que tentemos ser algo maior que nós mesmos, pelos outros. Acredito, firmemente, que a passagem pela Universidade não se pode subsumir a um caminho regular e convencional que passa pelo ingresso, aprovação, umas quantas celebrações e conclusão. É o tempo certo para arriscarmos, alargarmos os nossos horizontes e nos voltarmos para o próximo. E há tantas formas de o fazer! Só temos de ser criativos, destemidos e ousados nas opções de vida que fazemos. As oportunidades de marcarmos a diferença estão mesmo à nossa volta.

A distância física pode ter vindo para ficar durante muito mais tempo, mas cabe-nos a nós não permitir que essa distância se alastre aos nossos corações. Cabe a nós conseguirmos sair do “eu” e lutar mais pelo “nós”.

Um bom ano para toda a comunidade académica!

Bárbara Alves, Mestrado em Direito Judiciário | UMinho 

In Voz de Esperança




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