Sem Escalas encerra mais um ciclo de atividades com caminhada pelo Sistelo com jovens universitários
No passado dia 22 de maio, um grupo de jovens universitários embarcou numa aventura de descoberta das soberbas paisagens verdejantes na região do Alto Minho, mais concretamente na zona rural de Arcos de Valdevez. A caminhada, organizada pela Pastoral Universitária de Braga, foi uma oportunidade única para esquecermos a rotina atarefada da vida académica e podermos assim relaxar a mente pelos Trilhos das Brandas de Sistelo, com a companhia e as palavras de reflexão do Pe. Eduardo Duque, diretor da instituição.
O domingo começou bem cedo e partimos de Braga por volta das 8h30. A viagem, alimentada pelo diálogo, permitiu derrubar a timidez de quem se juntou pela primeira vez a este grupo de caminheiros. Ainda sob rodas, a chuva ia-se intensificado, o que fazia prever que a aventura seria um pouco mais atribulada do que previsto e que os impermeáveis seriam indispensáveis, mas felizmente, como que adivinhando a nossa vinda, a chegada à Aldeia do Sistelo foi acompanhada pela bonança e a chuva deixou de marcar presença. Todos se renderam aos encantos da aldeia, um local belo e acolhedor, situado no meio de paisagens rurais e montanhosas, que nos fez questionar como seria viver num sítio como este, onde a vida "anda a passo" e onde se consegue ouvir e sentir as palpitações da natureza e dos seus habitantes. Uma realidade completamente diferente da correria e azáfama que vivemos na cidade de Braga, de onde provém a maioria de nós.
E lá seguimos nós, em passo de contemplação, percorremos o "trilho", galgando o terreno pelos carreiros montanhosos da serra; por entre terrenos planos e rochosos, íngremes e acidentados, no meio de riachos e cascatas, pontes e passadiços, convivendo com diferentes espécies arbóreas e de gado. Foram cerca de 13 quilómetros em plena comunhão com a Natureza, com a serenidade e paisagens de cortar a respiração. Um verdadeiro pedacinho do Tibete localizado em solo português. Mas nem tudo é paisagem, esta caminhada permitiu também algumas paragens para carregar energias, partilhar experiências e confraternizar com outros jovens, não só de diferentes cursos, mas também de outras nacionalidades, destacando-se, assim, a interculturalidade deste grupo, que contou não só com estudantes portugueses, mas também com jovens de outras regiões e religiões que escolheram Portugal para estudar, nomeadamente da Turquia, Brasil e do Curdistão.
Foi um dia de autodescoberta em comunhão com a natureza, enriquecido pelo espírito acolhedor, alegre e de curiosidade de todos os jovens presentes, onde não faltou a boa disposição, a reflexão e a comunhão com a nossa Casa Comum.
Encontros como estes mostram-nos o quão importante é parar, deixar os problemas e preocupações em casa e perceber que na vida também se tem de proporcionar espaços para a contemplação e comunhão. E uma das melhores e mais simples formas de a aproveitar é encontrarmo-nos com Deus e com a sua maravilhosa criação através destas caminhadas dinamizadas pela Pastoral Universitária de Braga.
Mais um ciclo de caminhadas se encerra neste ano académico, marcado por seis diferentes propostas de percursos, mas novos desafios nos esperam no próximo ano letivo, para todos os universitários que procuram libertar-se da rotina académica e participar em novas formas de encontro com o Criador e com os outros.
Henrique Teixeira, Economia, Universidade do Porto
In Diário do Minho
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