Alegria do Encontro Final de Residentes no Centro Pastoral Universitário


No dia em que a cidade de Braga recebeu as comemorações do dia de Portugal, dia 10 de Junho, os estudantes residentes do Centro Pastoral Universitário celebraram, na presença dos seus familiares e amigos, o término de mais um ano académico. Praticamente findo um ano de estudo e dedicação, é sempre bom comemorar o vínculo entre nós, residentes, e as famílias que, oriundas de geografias diversas, dentro e fora do território nacional, nos apoiam neste percurso tão importante para nós, jovens.

O tão aguardado encontro teve início com a Eucaristia, presidida pelo sr. Arcebispo Primaz de Braga, Dom José Cordeiro, cujas presença e palavras o tornaram mais sentido, e concelebrada pelo Pe. Eduardo Duque, diretor do CPU, e pelo Pe. Domingos Brandão, antigo pároco de Gualtar, que acompanhou os primeiros passos do Centro Pastoral Universitário. Num clima humano, envolto num manto acolhedor e animado pelas vozes dos jovens residentes, Dom José Cordeiro sublinhou, tal como na primeira visita ao CPU, um aspeto importante: a centralidade que a alegria tem de ocupar nas nossas vidas. Como cristãos – salientou nas suas palavras – somos todos convidados a participar na santidade e, por isso, é através da alegria que o devemos fazer. Uma alegria viva, verdadeira, plena, enérgica, que parte de dentro para fora, que resiste diante das dificuldades do quotidiano, em contraste nítido com todas as experiências de vida prazerosas, mas que, fugazes, rapidamente se esvaem, transformando-se em frustração e desalento.

Proferida no local da celebração, a menção tem um significado particular, na medida em que o Centro Pastoral Universitário é a casa que lembra a cada um que o conhecimento científico, que se produz na universidade, e a espiritualidade não são dois caminhos estritamente paralelos, inevitavelmente incomunicáveis entre si. A espiritualidade é vasta e conduz a perguntas para as quais não conseguimos vislumbrar respostas imediatas para os problemas instantâneos. Não se trata de uma oportunidade de evasão, mas, antes, de uma dimensão que fomenta a cultura da confiança e, por conseguinte, a alegria da partilha de um caminho. Por vezes sinuoso, é certo, mas que se torna belo por ser participado pelas muitas vidas que lhe acrescentam irreverência!

Depois de revitalizado o espírito, entre o frenesim da arrumação do espaço da eucaristia e a espera paulatina para o apetitoso jantar, todos os presentes foram convivendo e estreitando laços com os colegas, amigos e familiares presentes. De certa forma, aquele momento em que se começa a «quebrar o gelo». Seguido do esperado momento para, em família, reestabelecer as energias do corpo, tão necessárias após um dia tórrido e antes de uma noite que prometia animação. Assim, em boa companhia, decorreu o jantar, que continuou a contar com a presença do Arcebispo e do Pe. Duque que, de forma próxima, numa verdadeira atitude pastoral, se dirigiram a cada pessoa, trazendo uma palavra amiga e cordial.

Terminado o jantar, teve início o momento mais especial da noite: o sarau em que vários residentes encomendaram uma “chuva de estrelas” para o jardim do CPU. Conduzido por um apresentador de excecional craveira, a assumir o protagonismo mediático, que surpreendeu os amigos de caminhada académica, o espetáculo envolveu irresistivelmente o público. Foi repleto de boas energias e de talentos ousados: houve truques de magia, música e recitação de poesia. Este momento cultural traduz bem a ideia de que a Casa, habitada por nós, é embalada pela diversidade de dons que se cruzam e convergem para um ambiente integralmente saudável, em que cada um procura torná-los úteis e práticos junto da comunidade. Os dons, portanto, não ficam alojados na casa. Pelo contrário, cultivam-se e expandem-se, por exemplo, nos projetos de voluntariado que a Pastoral tem vindo a celebrar ao longo dos anos.

Em busca do próximo, desenvolvemos o sentido da responsabilidade e sensibilidade social e lançamos as sementes da esperança e da mudança, comprometidos com um mundo melhor.

Resta lembrar que é gratidão, tenho a certeza, o que cada um de nós sente pela Pastoral Universitária. No ano que é, por excelência, o sinodal, é de admirar a forma como o apelo genuíno do Papa Francisco é vivido no seio desta comunidade.

No Centro Pastoral Universitário crescemos afirmativamente e são encontros como este que nos impelem a assumir um papel ativo na sociedade e na Igreja contemporâneas. Inspirados pelo Espírito, continuemos a caminhar juntos! Sem pressa, com Alegria!

Duarte Ribeiro, Ciência Política, Universidade do Minho

In Diário do Minho, 22/06/2022


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